Pelo fim dos ataques ao povo palestino. Pelo rompimento das relações com Israel
Prestes a completar dois anos, desde outubro de 2023, os ataques brutais do exército Israelense contra a Faixa de Gaza já assassinaram cerca de 75 mil palestinas/os, sendo mulheres e crianças as maiores vítimas. Estima-se que dois milhões de pessoas, o que corresponde a 80% da população, já tenham sido expulsas de suas casas. Os que ficaram sobrevivem em meio a escombros. Bombas recaem diariamente sobre a infraestrutura médica e hospitalar, escolas, igrejas, universidades e até filas de pessoas esquálidas em busca de alimentos. Organizações humanitárias afirmam que, até este momento, já houve quase mil mortes por desnutrição severa e cerca de 200 mil pessoas mutiladas.
O extermínio literal e a limpeza étnica dos palestinos são objetivos declarados do governo assassino de Benjamin Netanyahu, com apoio militar e político do governo Trump e a cumplicidade de grande parte dos governos da Europa.
A história desta barbárie não começou dois anos atrás. Ela já tem mais de 70 anos, numa escalada de agressões do Estado de Israel, avançando sobre o território palestino para encurralar e, agora de modo explícito, exterminar sua população.
Não pode haver omissão frente a este genocídio!
Neste sentido, saudamos a posição assumida pelo governo brasileiro, de condenação aos ataques israelenses, as declarações de entidades sindicais e populares, as manifestações da Unicamp e da Unesp, que aprovaram moções solicitando o imediato rompimento de relações diplomáticas, comerciais, científicas e militares com o Estado de Israel.
Saudamos as companheiras e os companheiros, de 44 países, dentre eles o Brasil, que neste momento participam de uma flotilha – Global Sumud Flotilha –, um conjunto de embarcações que deixou Barcelona no dia 31/8/2025, com o objetivo de levar ajuda humanitária a Gaza e romper o bloqueio imposto por Israel há quase 18 anos.
Saudamos as/os militantes de organizações judaicas progressistas, no Brasil e no mundo, que se somam às manifestações e lutam pelo fim destas atrocidades. Saudamos as centenas de milhares de pessoas que já saíram às ruas em Israel, para condenar e pedir o fim das agressões à população palestina.
Repudiamos os ataques – quase sempre anônimos – sofridos por instituições e pessoas, inclusive professoras e professores da nossa Universidade, que se posicionaram contra o genocídio perpetrado pelo Estado de Israel. Por ignorância e/ou má-fé, são acusadas/os de antissemitas por suas posições públicas contra os ataques ao povo palestino. Como bem esclarece o jornalista judeu Breno Altman, editor-chefe do site Ópera Mundi, “não há antissemitismo quando pessoas e grupos se voltam, mesmo com radicalidade, contra o Estado de Israel, o regime sionista e o sionismo como doutrina. Da mesma forma que racismo não havia quando se lutava, no mundo todo, contra o sistema de apartheid na África do Sul, ambicionando desmontar o Estado de supremacia branca”.
A diretoria da Adunesp, coerente com a história de lutas da entidade, soma sua voz a todas e a todos que clamam pelo imediato cessar-fogo e ingresso de ajuda humanitária para a população da Faixa de Gaza. Clamamos para que novas ações sejam efetivadas urgentemente pelas agências internacionais, governos, nações, povos, movimentos políticos, culturais, sociais e sindicais para enfrentar e derrotar as ações genocidas do Estado de Israel.
Pelo fim do genocídio do povo palestino!
Pela imediata ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza!
Pelo rompimento das relações com o Estado de Israel!
São Paulo, 18 de setembro de 2025.
Diretoria da Adunesp – Seção Sindical do Andes-SN