67º Conad do Andes termina com plano de lutas, chamado à reação contra as contrarreformas da Previdência, campanha antirracista e defesa do povo palestino

67º Conad do Andes termina com plano de lutas, chamado à reação contra as contrarreformas da Previdência, campanha antirracista e defesa do povo palestino

Encerrado na noite de 28 de julho, o 67º Conad do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) contou com a participação de 80 seções sindicais, entre elas a Adunesp – representada pelos professores Milton Vieira do Prado Júnior (tesoureiro da entidade) e João da Costa Chaves Júnior.

Entre delegados, observadores e convidados, estiveram presentes 310 pessoas. Com o tema central “Fortalecer o Andes-SN na luta por orçamento público, salário e em defesa da natureza”, a atividade foi realizada no campus Nova Suíça do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), em Belo Horizonte.

A Carta de Belo Horizonte traz um resumo dos debates e encaminhados do 67º Conad, que atualizou o plano de lutas da entidade para o próximo período. Além da sistemática defesa dos salários e das condições de trabalho, a carta enfatiza a importância da continuidade da luta pela revogação das contrarreformas da Previdência Social, que trouxeram prejuízos para os servidores públicos e o conjunto dos trabalhadores. O Andes-SN deve realizar novas atividades neste segundo semestre, para discutir o impacto das medidas sobre os que estão na ativa e aposentados, abordando temas como o fim da contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas (há projetos em tramitação no STF), balanço dos fundos complementares das várias esferas, entre outros.

O documento que sintetiza o 67º Conad também dá destaque para a necessidade de engajamento da categoria docente nas questões mais amplas. “A luta pela terra, pela vida, pela natureza em sua plena capacidade de seguir produzindo para atender os interesses de nossa classe pode ser uma síntese de tantas lutas em curso e que nosso sindicato tem compromisso de fortalecer”, diz a Carta.

O apoio aos povos indígenas foi reforçado, com a denúncia do genocídio dos povos originários, como os ianomâmi, pataxó, guarani-kaiowá, munduruku, tupinambá e outros.

A firme posição da categoria contra o racismo foi celebrada com o lançamento da edição 74 da Revista Universidade & Sociedade, que tem como tema “A urgência da luta antirracista nas Universidades, Institutos Federais e Cefets”. O 67º Conad reforçou a cobrança para que as instituições de ensino garantam a reserva de 20% das vagas para pessoas negras nos concursos públicos federais (Lei federal 12.990/2014).

As delegadas e delegados aprovaram a necessidade do Andes-SN, e de suas seções sindicais, de construir e participar de agendas para barrar o PL 1904/2024, o projeto que questiona o aborto legal, e que “expressa mais um ataque à vida das mulheres e das pessoas que gestam, num país marcado pela violência estrutural contra as mulheres”, como enfatiza a Carta de Belo Horizonte.

Citando os versos da poeta palestina Heba Abu Nada, publicados em suas redes sociais em 8 de outubro de 2023, pouco antes dela mesma ser assassinada por bombas lançadas por Israel sobre a Faixa de Gaza – “A noite da cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis; silenciosa, exceto pelo som dos bombardeios; assustadora, exceto pela garantia das súplicas –, o Conad pede que “não naturalizemos por um momento sequer esse estado de coisas”.

Fontes: Carta de Belo Horizonte e cobertura do 67º Conad pela equipe de comunicação do Andes-SN.