Adunesp e Sintunesp subscrevem nota de solidariedade ao MST. Assentamento em Tremembé sofreu ataque com duas vítimas fatais

Adunesp e Sintunesp subscrevem nota de solidariedade ao MST. Assentamento em Tremembé sofreu ataque com duas vítimas fatais

No dia 10 de janeiro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) foi vítima de gravíssimo ato de violência.

O assentamento Olga Benário, na cidade paulista de Tremembé, sofreu um ataque que vitimou dois militantes do movimento. A seguir, confira nota de solidariedade da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, coletivo composto por mais de 90 associações, sindicatos, federações, confederações, centrais e entidades representativas do funcionalismo público paulista, entre elas a Adunesp e o Sintunesp.
 

“NOTA DE SOLIDARIEDADE AO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA 

A Frente Paulista em Defesa do Serviço Público manifesta sua solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que sofreu brutal ataque no último dia 10 de janeiro. O inaceitável ato de violência ocorreu no assentamento Olga Benário, na cidade de Tremembé-SP, e vitimou dois militantes do movimento, Valdir Nascimento e Gleison Barbosa, deixando também outras pessoas feridas, algumas em estado grave.

O MST luta legitimamente pela reforma agrária e pelo direito de produzir. O assentamento Olga Benário é regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e existe ativamente há mais de 20 anos. Atualmente, conta com cerca de 50 famílias que produzem hortaliças e frutas por meio da agricultura ecológica, contribuindo com a preservação da Mata Atlântica. O lote do assentamento estava sem ocupação há mais de 2 anos. O Incra e membros do MST estavam trabalhando para a regularização, garantindo a passagem da propriedade para agricultores que estavam amedrontados pela ação de milícias. Os indicativos da investigação em curso são de que os bandidos e milícias eram bancados por interessados que queriam ocupar o lote para construção de imóveis. Diante das ameaças, membros do MST estavam no local para evitar uma invasão desses especuladores, quando foram surpreendidos e atacados pelos bandidos.

Infelizmente, este não foi um ataque isolado. A luta pelo direito a terras e territórios tem vitimado muitas lutadoras e lutadores. O Brasil é um dos países a registrar mais mortes de ativistas pelo direito à terra e defensores ambientais. Entre 2012 e 2023 foram 461 assassinatos, segundo relatório da Global Witness.

Ataques violentos e criminosos de latifundiários, grileiros, garimpeiros e madeireiros a assentamentos do MST e a territórios indígenas têm sido frequentes, como o recentemente ocorrido contra o povo Avá-Guarani, na região de Guaíra, oeste do Paraná, que deixou ao menos seis indígenas ferida(o)s por disparos de armas de fogo e casas Avá-Guarani e vegetação queimadas.

A Frente Paulista repudia essas ações criminosas contra a classe trabalhadora, seja do campo ou da cidade, e contra os povos originários!

A luta pela reforma agrária e pela demarcação de terras indígenas é premente e necessária!

A luta por direitos não é crime! Não nos calarão!

Valdir, presente! Gleison, presente!

FRENTE PAULISTA EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO

16 de janeiro de 2025”