Na passagem do dia da categoria, a Adunesp resgata alguns pontos da história e dos desafios que virão
“E não há melhor resposta que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio que também se chama vida.
Ver a fábrica que mesmo teimosamente se fabrica.
Vê-la brotar, como há pouco em nova vida explodida.”
João Cabral de Melo Neto
Na passagem do Dia dos Professores, a Adunesp faz suas as palavras do grande poeta pernambucano e parabeniza a categoria com sua mensagem de esperança e fé na arte da vida. Somos, cada um e todos nós, atores ativos na construção do coletivo: na sala de aula, na formação dos nossos estudantes, na convivência e na ação comum com nossos companheiros de trabalho, na luta por uma universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada para todos e todas!
A Adunesp saúda os/as docentes e chama a atenção para algumas questões importantes. Nos últimos anos, muitos professores e professoras ingressaram na instituição e, naturalmente, parte deles não conhece a história da Universidade, nem da nossa entidade representativa e das lutas por ela travadas em defesa da categoria.
Nosso Sindicato nasceu junto com a Unesp, em 1976, da iniciativa de um aguerrido grupo de docentes. Com o passar dos anos, a entidade foi se estruturando física e politicamente, transformando-se em peça-chave na defesa dos direitos da categoria e do ensino público de qualidade. Históricas foram as greves de 1989, 2000, 2004, 2007, 2009, 2014, entre outros movimentos, nos quais a Adunesp somou forças com as demais entidades representativas da própria Unesp, da USP, da Unicamp e do Centro Paula Souza, no âmbito do Fórum das Seis. Graças a estas lutas, conseguimos conquistar e defender a autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira das universidades estaduais paulistas, bem como reajustes de salários mais dignos e melhores condições de trabalho.
A pressão para o isolamento de cada um de nós, numa exacerbação do individualismo, é muito grande. Estamos submetidos a um modelo de educação superior pública que se fundamenta na precarização das condições de trabalho e na valorização do produtivismo. O resultado mais danoso disto, além do adoecimento progressivo dos/as docentes, é a naturalização das saídas individuais como mecanismo de sobrevivência na instituição e para a obtenção de melhorias salariais.
A Adunesp tem lutado pela melhoria das condições de vida e de trabalho do conjunto da categoria, propondo a construção de saídas coletivas para a superação do individualismo estéril, da competição empobrecedora e do cerceamento da criatividade acadêmica, induzidos pela implantação de uma política de “produtivismo intelectual”.
No próximo período, temos muitas tarefas pela frente. Além de melhores salários e condições de trabalho, seremos chamados a defender a autonomia e o financiamento das nossas universidades, ameaçadas pelo governo Tarcísio em meio às mudanças que virão com a reforma tributária. Também seguiremos apoiando os servidores técnico-administrativos em suas lutas, bem como os estudantes, na defesa da ampliação e de melhorias na permanência estudantil.
Se você ainda não se sindicalizou, é hora de fortalecer a sua entidade representativa.
Como diria o poeta, a ousadia da luta é e continuará sendo o combustível da conquista!
Associação dos Docentes da Unesp – Adunesp S.Sindical do Andes-SN
