Contra o arrocho: Adunesp indica reuniões nas unidades e assembleia geral em 19/8 para debate dos indicativos de mobilização do F6

Contra o arrocho: Adunesp indica reuniões nas unidades e assembleia geral em 19/8 para debate dos indicativos de mobilização do F6

Se depender da disposição dos reitores, ao que parece, vamos amargar um novo período de corrosão salarial. A ausência de respostas aos muitos ofícios do Fórum das Seis nos leva novamente aos tempos de ausência de diálogo, desrespeito com a comunidade e suas entidades representativas.

Mas não foi isso que os atuais dirigentes – Pasqual Barretti, da Unesp, Carlos Gilberto Carlotti Junior, da USP, e Antonio José de Almeida Meirelles (Tom Zé), da Unicamp e atual presidente do Conselho de Reitores, o Cruesp – se comprometeram a fazer. Nas duas reuniões realizadas entre as partes – nos dias 7 e 17/3/2022 – o discurso era de que estava se iniciando uma nova etapa nas relações entre as reitorias e as representações das categorias, desgastadas nos últimos anos.

Em 2021, o Cruesp assumiu o compromisso de impulsionar um grupo de trabalho (GT), com o objetivo de construir propostas para um plano de recuperação das perdas salariais históricas e para um plano de valorização dos níveis iniciais das carreiras. A palavra não foi cumprida. Em 2022, já com todos os atuais reitores no comando, veio novo compromisso de reativar o GT, mas nada aconteceu até agora.

Com a concessão do reajuste de 20,67% em março/2022, após anos de salários praticamente congelados, os reitores parecem acreditar que sequer precisam debater a Pauta de Reivindicações 2022, que receberam em abril.

Esta postura não se justifica, sob nenhum aspecto. Há espaço financeiro nas universidades para discutirmos e implementarmos um plano de recuperação de nossas perdas e de valorização dos níveis iniciais das carreiras. A arrecadação do ICMS, imposto do qual derivam os recursos para as universidades estaduais paulistas, segue em alta desde o meio de 2020, apesar das previsões pessimistas geradas pela pandemia de Covid-19. O comprometimento dos recursos com folha salarial segue o mais baixo desde o advento da autonomia, em 1989: 68,81% em junho/2022, na média das três universidades, pouca coisa acima do índice anterior ao reajuste de março (67,62%). 

Atenção, docentes da Unesp: Reuniões de base e assembleia geral

Nas três universidades, as categorias estão sendo chamadas a debater e deliberar sobre as propostas de mobilização, caso o Cruesp não agende as reuniões com o Fórum das Seis:

- Ato público em 30/8, na Unicamp;

- Não início do semestre letivo. 

A Adunesp orienta suas subseções e representantes de base a agendarem reuniões para debater estes indicativos até dia 18/8. No dia 19/8, sexta-feira, 15h, vamos realizar uma assembleia geral estadual, para avaliar o retorno das reuniões e definir a posição da Adunesp quanto aos indicativos. Esta posição será levada ao Fórum das Seis, que tabulará os resultados das assembleias de todas as categorias e apontará os próximos passos da mobilização.

...........................

020822bNão se trata de aumento real! É apenas devolver o que a inflação comeu!

De maio/2012 até agora, perdemos 16,5 salários!

- A inflação de junho/2022, medida pelo INPC-IBGE, ficou em 0,62%.

- De março a junho/2022, a inflação soma 3,87%.

- De maio/2012 a junho/2022, a inflação (Dieese-INPC), soma 87,41%.

- Em igual período, já contabilizando os 20,67% em março/2022, tivemos 53,27% de reajuste.

- O comprometimento médio das universidades com folha de pagamento manteve-se quase inalterado após o reajuste de março/2022: 68,81%, segundo planilha do Cruesp em junho/2022.

- Para voltarmos ao poder aquisitivo de maio/2012, precisaríamos de um reajuste de 22,23% em junho/2022.

- A inflação que deixou de ser paga neste período corresponde a 16,5 salários não recebidos por cada servidor técnico-administrativo e cada docente, ou seja, 1 ano e 8 meses trabalhados de graça. Para se ter uma ideia, como comparação, essa perda corresponde a cerca de sete vezes o que acabamos de receber na Unesp a título de retroativos (pela inflação não paga do período maio/2016 a dezembro/2021).