Sem vacinação e com pandemia em alta, retorno presencial nas escolas é de alto risco. Frente indica ‘greve sanitária’

Sem vacinação e com pandemia em alta, retorno presencial nas escolas é de alto risco. Frente indica ‘greve sanitária’

Embora o quadro da pandemia de Covid-19 já seja mais grave do que nos primeiros meses após o início da crise sanitária, o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, vinha insistindo no cronograma de reabertura das escolas a partir de 1/2.

A determinação causou preocupação e indignação, uma vez que os números da doença estão em alta acelerada. No estado de São Paulo, o total de casos supera 1,5 milhão e o de mortos, 50 mil. O início da vacinação, embora um alento, ainda está longe de apontar uma solução para a crise, especialmente pelo escasso número de doses até o momento e as trapalhadas do governo federal.

As entidades sindicais agrupadas na Frente Paulista em Defesa do Serviço Público – da qual fazem parte os sindicatos das universidades estaduais paulistas e do Centro Paula Souza – vêm se organizando para evitar que isso aconteça, sob o risco de vermos o número de casos e óbitos aumentar mais ainda. Sem vacinação e garantias sanitárias, o indicativo é de GREVE SANITÁRIA, ou seja, a manutenção do trabalho remoto e recusa ao presencial.

Discursos contraditórios

Em entrevista durante o Jornal da Cultura, em 20/1/2020, questionado sobre a volta presencial na educação básica e superior, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, sinalizando séria divergência com o titular da Educação, frisou:

Quando você olha a escola, é um ambiente seguro e protegido, eu concordo. O problema não é a escola, mas sim o que ela acarreta em termos de mobilidade. A ausência de aulas presenciais neste momento representa 15% da população em casa. Se esse contingente volta a circular, o vírus volta também. É importante o retorno às aulas, mas temos que pensar na necessidade de reduzir a mobilidade social em todos os segmentos. Diminuir a circulação do vírus é a chave do combate à pandemia neste momento.

No dia seguinte, em coletiva de imprensa, o governo Doria reclassificou seis regiões para a fase vermelha (agora já são sete) e o restante do estado (inclusive capital e Grande SP) para a laranja. Segundo o anúncio, nenhum estudante será obrigado a voltar presencialmente nas fases laranja e vermelha, embora o calendário de retorno ainda aponte para fevereiro.

Sobre a vacinação, confira manifesto da Frente a seguir.