A comunidade reage ao desmonte da Unesp e rejeita a “Proposta de (in)sustentabilidade orçamentária e financeira” da reitoria

As expansões sem aporte adequado e perene de recursos que as sustentem; o “grande negócio” – segundo a administração anterior – da transferência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu para a Secretaria de Estado da Saúde; os confiscos velados, ou explícitos,quando do cálculo da Quota-Parte do ICMS que cabe às universidades públicas paulistas e dos recursos destinados ao pagamento da insuficiência financeira, têm produzido efeitos devastadores em nossa Universidade. Estamos passando por uma crise de financiamento sem precedentes, anunciada reiteradas vezes pelo Fórum das Seis.

A mais recente investida da reitoria, conforme já vem sendo denominada por vários/as docentes, a assim chamada Proposta de (in)Sustentabilidade da Unesp, ou PEC do Fim da Unesp, materializada pela “Minuta de Sustentabilidade Orçamentária e Financeira” apresentada aos membros do Conselho Universitário em 28/02/2018, tem sido rechaçada por um grande número de Congregações, Conselhos Diretores, Departamentos e Conselhos de Curso, que se manifestaram por meio dos documentos em anexo, que chegaram à Adunesp até o momento da publicação deste boletim, em 28/3/2018. 

A estratégia da reitoria, no desespero de aprová-la e demonstrar sua obediência às diretrizes políticas do governo de Geraldo Alckmin, tem seguido a trajetória histórica dos projetosque o Palácio dos Bandeirantes tem constrangido a Unesp a executar.

Primeiro, o reitor apresenta a proposta ao colegiado que tem a competência estatutária para apreciá-la. Em seguida, para encenar uma discussão democrática, ela é enviada a outras instâncias colegiadas para manifestação, sempre acompanhada de um imenso esforço da reitoria para “esclarecer” seus objetivos e impor suas diretrizes. Feito isso, qualquer que seja o teor das deliberações desses colegiados, a matéria é reencaminhada ao colegiado de origem apenas para receber emendas, como se ela tivesse sido previamente aprovada no “mérito” por todas essas instâncias. Acrescente-se a issoque a PEC do Fim da Unesp foi, por solicitação do Conselho Universitário, discutida no CEPE e no CADE, sem que os seus respectivos presidentes – o vice-reitor e o pró-reitor da PROPEG – viabilizassem uma deliberação desses colegiados sobre o tema. Essa é a prática “democrática” da atual administração da Unesp.

No entanto, ao arrepio das intenções reitorais, a Proposta de (in)Sustentabilidade Orçamentária e Financeira da Unesp tem sido rechaçada e recebido duras críticas da imensa maioria das instâncias em que foi discutida, numa demonstração inequívoca de que a comunidade universitária tem grande apreço pela nossa universidade e que está disposta a resguardar a sua autonomia e manter a qualidade e a excelência dos serviços até agora prestados à sociedade paulista e brasileira, ao contrário do que tem feito a administração superior da Unesp.


As deliberações
As deliberações das congregações e de alguns departamentos, recebidas pela Adunesp até 02/04/2018, estão disponíveis em nosso site. São elas:

FC/Bauru
FCL/Assis
Ibilce/Rio Preto
FAAC/Bauru
ICT/Sorocaba
FO/Araraquara
FFC/Marília
IB/Botucatu
FCA/Botucatu
FE/Ilha Solteira
IB/São Vicente
DEAE/Jaboticabal
DAP/Araraquara
IA/São Paulo
FE/Guaratinguetá

Atualização constante
À medida em que forem sendo divulgadas novas deliberações, elas serão disponibilizadas no site da Adunesp.