Com a inflação na casa dos 10% ao ano, salários e benefícios hiper arrochados, omissão dos reitores... é hora de ação. Diante desse quadro, o Fórum das Seis, que engloba as entidades representativas das universidades estaduais, está indicando um dia de mobilização em 4 de outubro, com paralisação e realização de ato presencial na USP, casa do atual presidente do Cruesp, às 10h.
Para discutir e deliberar sobre esta proposta, a Adunesp está agendando uma assembleia geral para 29/9/2021, quarta-feira, às 13h30, em plataforma virtual (link: https://meet.google.com/kqr-gqpb-upt ).
A assembleia tem a seguinte pauta:
- Informes;
- Participação na mobilização nacional no dia 2 de outubro (Fora, Bolsonaro);
- Discussão do retorno seguro das atividades presenciais na Unesp;
- Data-base 2021: Proposta do Fórum das Seis para mobilização em 4/10 (confira detalhes a seguir);
- Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unesp;
- Outros, se houver.
4/10: Mobilização contra o arrocho e por retorno seguro
Em agosto/2021, o comprometimento das liberações financeiras das universidades estaduais paulistas com folha de pagamento caiu ainda mais: na média, ficou em 71,3%, o menor índice desde o advento da autonomia, em 1989. O número diminui mês a mês. Da mesma forma, o poder aquisitivo dos salários, já arrochados pela quase inexistente reposição inflacionária desde 2014, agora cai em ritmo acelerado, com a inflação já muito próxima dos 10%, considerando os últimos 12 meses.
Quem vai ao mercado, paga a conta de luz ou de água, sabe bem o que isso significa na vida das famílias.
Já o caixa das universidades vai muito bem, obrigado! Suas reservas – o famoso “colchão” – devem chegar ao final do ano mais robustas que nunca.
Enquanto fazem caixa, os reitores apoiam-se em suas interpretações particulares da Lei Complementar (LC) 173/2021, com as quais os sindicatos divergem, para dizer que estão impedidos de negociar qualquer coisa este ano. Foi esta a alegação utilizada por eles nas duas únicas reuniões de negociação da data-base 2021.
Os reitores concordaram apenas em criar um grupo de trabalho entre as partes para formular alternativas para um plano de recuperação de perdas salariais e para um plano de valorização dos níveis iniciais das carreiras. Realizaram uma única reunião do GT, prometeram retomá-lo ainda em julho... e nada! Não honraram a palavra empenhada e, desde então, não respondem aos ofícios do Fórum das Seis. É esse o diálogo democrático que sinalizaram às entidades?
O que estão esperando? Chegar em janeiro de 2022 e serem surpreendidos com algum decreto do governador João Doria, candidatíssimo ao Planalto, que confisque os caixas das universidades e proíba reajustes por mais algum longo período?
A assembleia deve decidir sobre:
Realizaçao de um dia de luta em 4/10, com paralisação nas unidades e ato público presencial na USP, às 10h (com a adoção de todas as medidas de proteção sanitária), para cobrar do reitor Vahan Agopyan, atual presidente do Cruesp, imediato agendamento de reunião do GT salarial e reunião do Fórum das Seis com o Cruesp para debater o retorno presencial seguro. A expectativa é que as entidades representativas da USP levem um bom número de participantes, enquanto as da Unesp e da Unicamp compareçam com delegações representativas.