Cruesp mantém 2,2% e Unesp fica no zero. Fórum indica greve a partir de 6 de junho. Assembleias devem avaliar e decidir

Cruesp mantém 2,2% e Unesp fica no zero. Fórum indica greve a partir de 6 de junho. Assembleias devem avaliar e decidir

A terceira negociação entre Fórum das Seis e Cruesp, na tarde de 27 de maio, não apresentou avanços.

Intransigentes, os reitores insistiram em manter a proposta rebaixada de reajuste – os 2,2% – que não repõe nem a metade da inflação dos últimos 12 meses. A Unesp, por sua vez, mantém a postura de tratar seus servidores docentes e técnico-administrativos como profissionais de segunda linha e repete o zero de 2016.

Os representantes do Fórum entregaram aos reitores exemplares da cartilha com dados que mostram a viabilidade de atendimento das nossas reivindicações salariais. A previsão de arrecadação do ICMS da Secretaria da Fazenda para 2019, de 108,2 bilhões, por exemplo, é expressivamente superior à previsão utilizada pelos técnicos do Cruesp (de R$ 107 bi) e que, por sinal, é usada para justificar o reajuste de 2,2%. O documento mostra que, mesmo concedendo um reajuste de 8% na Unicamp e na USP, e de 11,24% na Unesp, o comprometimento médio com folha em 2019 seria de, respectivamente, 89,82%, 86,70% e 89,31%.

Nas várias intervenções feitas pelos membros do Fórum, foi relatada a indignação das assembleias com o crescente arrocho salarial. “Vamos voltar à década de 80, quando trabalhar numa universidade estadual paulista era considerado bico para boa parte dos servidores?”, questionou Marcílio Ventura, do STU. “A Unesp já começa a sofrer evasão de docentes e técnico-administrativos para outras universidades”, lamentou João da Costa Chaves Júnior, da Adunesp, lembrando que o forte arrocho imposto a partir de 2015 representa o confisco aproximado de 4 salários brutos na USP e na Unicamp, e de 5 salários brutos na Unesp.

Negando qualquer intransigência, o reitor da Unicamp e presidente do Cruesp, Marcelo Knobel, reafirmou a impossibilidade de ir além na proposta e manteve os termos anteriores, acrescentando somente a proposta de criação de um grupo de trabalho com o Fórum das Seis para debater questões relacionadas à Previdência. Demais pontos permanecem iguais:

  • Reajuste de 2,2% em maio/2019 (zero na Unesp);
  • Agendamento de uma negociação para meados de outubro, caso a arrecadação do ICMS chegue ou ultrapasse a previsão da Secretaria da Fazenda, que é de R$ 108, 2 bilhões. Para se saber se isso irá acontecer, a arrecadação deverá chegar ao final de setembro em, pelo menos, R$ 80 bilhões.
  • Constituição de um grupo de trabalho entre as partes para propor política salarial para as três Universidades

Finalizando a discussão, o coordenador do Fórum, Wagner Romão, enfatizou que a disposição das entidades é para o permanente diálogo, mas que é preciso haver reciprocidade. “Sabemos que as universidades passam por profundos ataques nesse momento e é lamentável constatar que a política dos reitores, de forte arrocho salarial, pode levar as categorias a outras formas de reação para defender tratamento salarial digno”, disse. Em seguida, propôs a realização de nova reunião entre as partes, não somente para seguir debatendo a questão salarial, mas também os demais pontos da Pauta Unificada 2019.

O presidente do Cruesp não concordou, dando as negociações por encerradas.

Veja no Boletim do Fórum das Seis:

  • Todos os detalhes da negociação em 27/5 e indicativos de luta do Fórum
  • Chamado ao 30 de maio e à greve geral em 14 de junho
  • Presença do Fórum em audiência pública na Alesp

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