Eleições aos colegiados centrais da Unesp

Eleições aos colegiados centrais da Unesp

Adunesp convoca Plenária em 16/8 para avançar na organização do Chapão 

O próximo passo para a organização do Chapão da Adunesp, com vistas às eleições para os colegiados centrais da Unesp deste ano, será uma nova Plenária Estadual da entidade, marcada para o dia 16 de agosto, na Praça da Sé, 108, auditório do CEDEM (1º andar), em SP, a partir das 10h. A data anteriormente prevista (9/8) foi alterada para possibilitar um maior tempo de debates sobre o tema nas unidades.

Até lá, a Adunesp conclama suas subseções, representantes de base e militantes nas unidades a promoverem reuniões, encontros, cafés coletivos etc., com o objetivo de debater a Carta Programa do Chapão 2019 com todos os docentes interessados. Nestas atividades, o ideal é que comecem as ser listados os possíveis nomes para comporo Chapão da Adunesp, que devem ser trazidos à plenária de 16/8.

Como são as eleições

Promovidas pela Unesp a cada dois anos, as eleições para os órgãos colegiados centrais – Conselho Universitário, CEPE, CADE e outros –acontecem neste segundo semestre. Assim como fez nos pleitos anteriores, a Adunesp está promovendo uma série de plenárias estaduais, que resultarão na organização de um conjunto de candidatos – o Chapão da Adunesp – que assumem o compromisso de defender, nos colegiados centraise nas câmaras assessoras, uma Unesp pública, laica, gratuita, democrática e de qualidade socialmente referenciada, conforme princípios consolidados nas propostasconstruídas coletivamente e referendadas na Plenáriade 3/7,onde foi debatida e consolidada a Carta Programa do Chapão. Sob o mote geral “A Universidade necessária: Da que temos à que queremos”, o texto já foi encaminhado a todas as subseções, representantes de base da Adunesp, e para colegas que estão em campi onde o Sindicato ainda não temsubseção sindical nem delegado de base. O arquivo também está disponível no site (www.adunesp.org.br), na seção “Em foco” – “Chapão da Adunesp 2019”.

A Carta

O texto da Carta Programa do Chapão destaca os desafios que se apresentam neste momento, que dizem respeito ao modelo de universidade que sempre defendemos, e a alguns princípios que devem ser assumidos pelos membros do Chapão que forem eleitos para atuar nos colegiados e câmaras assessoras.

A crise aguda por que passam as universidades públicas paulistas e, em especial, a Unesp, tem multiplas faces que se articulam entre si, apontando para uma trajetória de deterioração da sua condição de produzir formação de qualidade para os estudantes de graduação e de pós-graduação, e de pesquisa socialmente relevante que alargue os limites do conhecimento científico e tecnológico, e de contribuir concretamente para a melhoria das condições de vida da maioria da população paulista e brasileira. A política institucional que vem sendo implementada na Unesp tem replicado para dentro da nossa universidade as políticas de desmonte das universidades públicas brasileiras,promovidas pelos governos federal e estadual. E, até agora, os colegiados centrais não têm tido força suficiente para resistir, nemsequer impor limites ou barrar essas políticas – salvo honrosas exceções –, como é o caso da aceitação acríticapelo Conselho Universitárioda assinatura do Termo de Compromisso com duas secretarias de governo, que rebaixa a autonomia da Unesp e veta oaporte de recursos adicionais oriundos da arrecadação do ICMS; da imposição das reformas acadêmica e administrativa sem a devida discussão com a comunidade; da desconsideração, muitas vezes arrogante, das vozes discordantes, sejam elas de conselheiros ou de colegiados locais; da mudança na prioridade de contratação em RDIDP para RTC;da alteração dos critérios para a obtenção do título de livre docente e para o concurso de professor titular;da contratação indiscriminada de professores bolsistas e de docentes substitutos em condições de trabalho extremamente precarizadas, que sequer recebem a integralidade do vale alimentação pago aos seus colegas CLTistas ou estatutários com igual carga horária. Tudo isso contribui decisivamente para mudar o caráter da Unesp, de uma universidade fundada na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, para uma universidade quase que exclusivamente de ensino, ou seja, um grande colégio de terceiro grau, com pequenas ilhas de “excelência” dedicadas à pesquisa.

Além disso, temos  a recente iniciativa do governo Doria com a instalação da CPI das Universidades na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), cujo objetivo indisfarçável é desmoralizá-las para justificar o corte de recursos públicos e a implantação de medidas que desfiguram a sua função social e deterioram a sua capacidade de produção de conhecimento e pensamento crítico, submetendo-as completamente à lógica do mercado e ao uso privado da sua capacidade instalada e do seu pessoal altamente qualificado.

Diante desse cenário extremamente grave,  a Adunesp considera urgente e necessário que os colegiados recuperem o seu protagonismo por meio da eleição de um conjunto de conselheiros comprometidos com um processo de reconstrução da Unesp. É preciso que todos os colegiados, em especial os centrais, sejam capazes de propor políticas que restabeleçam as condições de pleno funcionamento da nossa universidade, redesenhando a sua trajetória numa direção diversa daquela que o atual reitor tenta nos impor. É hora de superarmos a crença da atual reitoria de que a aceitação das restrições das contratações, da suspensão das carreiras, bem como a implantação da política de arrocho salarial, entre outras, que implicaminevitavelmente no sucateamento da universidade... evitarão o sucateamento da universidade.

Clique para conferir a íntegra da Carta Programa do Chapão