Eleições na reitoria: Adunesp apresentou perguntas no debate

Eleições na reitoria: Adunesp apresentou perguntas no debate

Respeito à consulta da comunidade, defesa da universidade e demandas da categoria foram os temas abordados

Um dos blocos do debate entre as chapas que concorrem à reitoria da Unesp, realizado em 25/9, foi destinado a perguntas das entidades representativas (Adunesp, Sintunesp e movimento estudantil). A atividade, organizada pela Comissão Eleitoral Central (CEC), presidida pelo professor Jean Marcos Souza Ribeiro (Ilha Solteira), teve transmissão ao vivo pela TV Unesp.

Concorrem no pleito, que tem primeiro turno marcado para 1º a 3/10, a Chapa 1 – “Orgulho de ser Unesp", com Leonardo Theodoro Büll (reitor) e Bernardo Mançano Fernandes (vice); a Chapa 2 – "Unesp sempre viva e plural", com Maysa Furlan (reitora) e Cesar Martins (vice); e a Chapa 3 – "Juntos pela Unesp do futuro", com Estevão Tomomitsu Kimpara (reitor) e Celso Antonio Rodrigues (vice).

Cada entidade pôde fazer três perguntas, que foram previamente sorteadas entre as chapas. A seguir, confira cada pergunta feita pela Adunesp e um apanhado das respostas:

Pergunta 1 – Sorteada para a chapa Estevão/Celso

“O cenário político paulista recente semeia dúvidas sobre como o resultado da consulta interna nas universidades estaduais paulistas será tratado pelo governador Tarcísio de Freitas. Como sabemos, ele é herdeiro político do governo Bolsonaro, que interveio em várias universidades e institutos federais de ensino superior, nomeando nomes à revelia da comunidade acadêmica, e jogando estas instituições em crises profundas. Tendo em vista a importância de garantir que a vontade da comunidade, expressa na consulta eleitoral, seja respeitada, sua chapa concorda em assumir publicamente o compromisso de rejeitar uma eventual indicação do governador, a partir da lista tríplice, caso não tenha vencido a consulta?”               

O professor Estevão disse que estamos diante de cenários diferentes, referindo-se à Universidade e ao governo do estado. “Nós nos posicionamos em relação ao nosso dever, que certamente é o de discutir o melhor possível as propostas para a Universidade”, frisou. Em relação à lista tríplice, pontua que é preciso “garantir que ela expresse a vontade da comunidade”. Depois disso, segundo ele, é prerrogativa do governador. “Aí não é mais com a gente e não me sinto à vontade para opinar”.

“Somos um time, uma equipe cuidando das questões acadêmicas e financeiras da entidade”, prosseguiu o professor Celso. Ele comentou que não está claro que o Colégio Eleitoral vá cumprir o estatuto da Universidade em relação à montagem da lista tríplice. “Antes de pensarmos em quem vai ser o escolhido, precisamos praticar a democracia e a diversidade de opiniões na Universidade.”

Pergunta 2 – Sorteada para a chapa Büll/Bernardo

“A defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade passa pela garantia de financiamento adequado. Neste momento de transição, devido à reforma tributária, essa questão torna-se central. O governo estadual sinalizou na LDO, e continua nesta linha, de colocar duas faculdades de medicina (a Famema e a Famerp) para dentro do percentual dos 9,57% do ICMS que são repassados às estaduais paulistas.  Na prática, isso significará diminuir o financiamento, aumentando as despesas.  SE eleita, qual será a posição da chapa frente ao governo e dentro do CRUESP?” 

“Esse é um momento significativo para a universidade e o povo de modo geral tratarem da reforma tributária”, pontuou o professor Büll. Citando o GT montado pelo Cruesp, que chegou à proposta de substituir os atuais 9,57% da quota-parte do estado no ICMS pelo índice de 8,63% das Receitas Tributárias Líquidas (RTL) do estado, ele diz que “o momento é de as três universidades se sentarem com o governo e, se possível, ampliar o índice. Sobre Famema e Famerp, assinalou não ter “nada contra elas”, e que serão bem-vindas a partir de um estudo da evolução dos salários dos servidores, da previsão de seu crescimento e da garantia de suplementação orçamentária perene.

O professor Bernando opinou que a Universidade deve crescer sempre, mas que a inclusão das faculdades só é possível com a transferência de recursos. “Sempre vamos defender a nossa universidade pública”, concluiu.

Pergunta 3– Sorteada para a chapa Maysa/Cesar

“Na perspectiva de consolidar um sistema de ensino superior público e de qualidade no estado de São Paulo, a isonomia de direitos é uma reivindicação central para os servidores docentes e técnico-administrativos das universidades estaduais paulistas. Isso diz respeito à política salarial, às progressões da carreira, aos benefícios etc. Como exemplo, temos que a Unesp é a única das três universidades que não prevê vale refeição. Os critérios para progressão na carreira na Unesp também são diferenciados em relação às coirmãs. Se vitoriosa, sua chapa atuará no sentido de minimizar esses problemas?”           

A professora Maysa ressaltou que todas as questões que se relacionam à isonomia são importantes e precisam ser equacionadas. Citou como exemplo a equiparação salarial pleiteada pelos técnico-administrativos da Unesp em relação aos da USP. “Foi a atual gestão que propôs iniciar a equiparação”, argumentou. Quanto à carreira docente, disse que está em estudos no CEPE; sobre a carreira dos técnico-administrativos, lembrou que estava há nove anos parada e que aprovação no ano passado foi importante. “Temos que melhorar, sim, mas estamos atentos e temos projeto de fazer isso”.

Sobre o vale refeição, o professor Cesar disse que “já está em pauta” e que “essa gestão mais que qualquer outra olhou para as pessoas, o que passa pela valorização salarial, pagamento de dívidas e outros, mas queremos avançar com toda cautela, com respeito à situação orçamentária e ao dinheiro público.”

Confira as respostas dadas ao Sintunesp e ao movimento estudantil no link https://www.youtube.com/watch?v=Nl6tyRMW37g, que traz a íntegra do debate.

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Nota da Adunesp

Os princípios que embasam as chapas, implícitos e explícitos, estão permeando as linhas e entrelinhas das suas manifestações. Cabe à comunidade lê-las e escolher qual delas melhor representa os princípios que apontam para uma Unesp capaz de cumprir com os seus compromissos históricos com a democracia e com o povo paulista e brasileiro. Cabe à comunidade, ainda, zelar para que a sua escolha seja respeitada.