Em noite épica, comunidade do IA fez ato histórico em defesa da Universidade

Em noite épica, comunidade do IA fez ato histórico em defesa da Universidade

A noite de 21 de outubro de 2019 foi monumental no Instituto de Artes (IA) da Unesp, em São Paulo. O Teatro Reynúncio Lima foi tomado por centenas de pessoas, que participaram do ‘Ato em Defesa da Universidade PúblicaGratuita’, celebrando o ensino público de artes, a pesquisa em artes e a cultura. Foi uma noite de apresentações artísticas curtas e microfone aberto, com representantes de entidades culturais, dosmovimentos sociais e do poder público, ao lado de artistas, pesquisadores e estudantes, convidadospara festejar e fortalecer o espaço de livre manifestação artística e intelectual que é a universidade pública de artes. O presidente da Adunesp, João da Costa Chaves Júnior, falou em nome da entidade.

Aberto ao público, o evento fez parte do movimento dos estudantes, docentese funcionários do IA, chamado “IA EM CHAMAS’, que já se multiplicou no “UNESP EM CHAMAS” e no “UNESP PEDE SOCORRO”. O movimento acusa o desmonte dos cursos, promovidopelo governo do Estado e pela Reitoria da Unesp, e luta pela manutenção da qualidade doensino da universidade democrática.

Fundado em 1949 e com sede na Barra Funda desde 2009, o Instituto de Artes oferece,além dos cursos em Artes Cênicas, Artes Visuais e Música, inúmeros projetos de prestação deserviços à comunidade, na área de extensão, e abriga grupos de percussão, coral, teatro de animação,performance musical, intervenção urbana, arte da performance etc., além de projetos emartes visuais de destaque internacional, como o Barroco – Memória Viva. A comunidade do IA alerta, no entanto, que a pujança dessa produção se vê gravemente ameaçada: a Unesp perdeu 20% de seu quadro de docentesnos últimos quatro anos, enquanto as outras universidades do estado - já em situaçãocrítica-, tiveram uma redução do quadro de professores de 10,5% (segundo o jornal Folha de S. Paulo, em 21/9/2019).

“Quem perde com isso, além dos professores e funcionários, que veem suas carreiras desmoronarem, são os estudantes e a população, que deixam de ter acesso ao ensinode ponta e em gratuidade, numa instituição socialmente referenciada”, enfatizam os organizadores do ato. Eles lembram que a Unesp se destaca entre as universidades públicas parceiras também por ser aque mais vem sofrendo com o sucateamento programático, com redução no repasse de verbas,cortes de bolsas, desmonte das políticas de permanência estudantil e ausência de contrataçõesde professores e funcionários, congeladas desde 2014. “O estrangulamento foi coroado, no mêsde setembro passado, pela proposta de fechamento dos Departamentos de Artes Visuais eTeatro do IA, que seriam fundidos num único departamento, eliminando as vagas em aberto, jásuspensas por ordem da Reitoria, e impossibilitando o melhor funcionamento dos cursos ali administrados”, enfatizam.

A comunidade do IA já promoveu várias atividades públicas para denunciar essa situação. Embora a tramitação do projetode fusão e extinção de departamentos, diante da repercussão negativa, tenha sido temporariamenterevogada pelo CEPE, a ameaça ainda não está descartada. Por isso, a luta vai continuar!

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