Jovens docentes alertam reitoria sobre risco de êxodo e reivindicam recuperação salarial e retomada das progressões! Assine também o documento

Jovens docentes alertam reitoria sobre risco de êxodo e reivindicam recuperação salarial e retomada das progressões! Assine também o documento

Por iniciativa de jovens docentes do campus da Unesp de Ilha Solteira, está circulando uma carta aberta à reitoria, expressando preocupação com o crescente êxodo de profissionais para outras instituições e reivindicando recuperação salarial e retomada das progressões.

O documento foi referendado em assembleia de docentes promovida pela subseção da Adunesp no campus. O objetivo, segundo os autores, é colher o máximo possível de assinaturas, de todos os setores da Universidade, uma vez que as reivindicações são coletivas.

A seguir, leia a íntegra da carta e, ao final, acesse o link para assinar.

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Jovens docentes alertam contra risco de êxodo e conclamam reitoria da UNESP: É urgente a recuperação salarial e a retomada das progressões!

A Universidade Estadual Paulista (UNESP) é uma instituição pública de ensino, pesquisa e extensão presente em todo o Estado de São Paulo. Ela tem um papel fundamental na formação de milhares de jovens e adultos, muitos dos quais encontram na UNESP uma forma de ascensão, tanto cultural quanto socioeconômica. A importância da UNESP é confirmada por inúmeras métricas nacionais e internacionais, que avaliam e destacam a qualidade do seu ensino e da sua pesquisa. Esse sucesso é resultado do trabalho de todo o seu corpo de discentes e de servidores docentes e técnicos-administrativos, que construíram seus mais de 45 anos de história, mesmo com arrocho salarial e falta de condições físicas e humanas adequadas de trabalho. 

No entanto, nesta última década, uma luz vermelha se acendeu claramente na UNESP, assinalando ações sucessivas que podem comprometer a sua qualidade e levá-la ao sucateamento. Um marco deste problema é a Portaria Unesp 129, de 25/03/2015, que suspendeu a progressão da carreira docente, sob a alegação de que tinha problemas, com a promessa de uma revisão desse processo. 

Porém, nenhuma ação ou nova resolução foi produzida, ou ao menos um indicativo de quando a reestruturação começaria. O resultado cruel disso é que a maioria dos docentes que ingressaram na UNESP nesta última década continua mantendo os mesmos níveis salariais do início de sua carreira, além de acumular cada vez mais atividades. Cita-se, como exemplo, a creditação (curricular) da extensão, a elevação da carga horária em disciplinas decorrente, principalmente, das aposentadorias docentes que, por sua vez, não estão sendo repostas, além da participação em diversas comissões e funções administrativas. A paralisação dos concursos para livre-docente, por quase dois anos seguidos, impacta nas carreiras de diversos docentes, que estão procurando concursos fora da Unesp (USP e UNICAMP). A estagnação salarial e as perdas inflacionárias são ainda maiores para os docentes em início de carreira, quando comparados com os mais antigos. Torna-se perceptível que não há, por parte desses docentes, vislumbre algum de ascensão ao topo da carreira, decorrente de progressões horizontais e verticais, ou, ainda, ascensão salarial compatível com os funcionários mais antigos, devido às várias extinções dos adicionais nos salários. Um docente jovem na UNESP não poderá levar em consideração as progressões no planejamento da sua vida, visto que estas, bem como os salários, encontram-se congeladas e sem previsão de retorno ou recuperação.

Ainda é mais temerário a UNESP começar a discutir a reposição do quadro de servidores antes de resolver a situação desses docentes que estão com suas carreiras congeladas, mesmo que continuem a realizar suas atividades de pesquisa e orientação, com visibilidade internacional, captação de recursos em agências de fomento, entre outras funções. Comparativamente com outras universidades, em outros estados, ou mesmo em instituições federais, é grave verificar-se o achatamento salarial da nossa categoria docente, agravada com a quebra da isonomia com a USP e a UNICAMP. A UNESP corre o risco de sofrer um grande êxodo de seus docentes, evento este que ainda não se manifestou, em parte pela pandemia e pelo, ainda, apoio à pesquisa que a FAPESP fornece. No entanto, a UNESP precisa sinalizar clara e urgentemente o atendimento da demanda de progressão da carreira de seus docentes e também de reajustes salariais condignos. 

A presente Carta Aberta é uma manifestação pública feita à Reitoria e aos órgãos colegiados da UNESP, pela qual estamos clamando pela urgência de que seja definida uma nova regulamentação para as progressões e que se proceda a sua retomada o mais rápido possível, além que se concedam os reajustes necessários para uma adequada recuperação salarial, antes que a situação de degradação da própria Universidade se torne irreversível, causando uma grave crise social e que, com essas intenções, a Reitoria se manifeste aos jovens docentes da UNESP.