A intenção da Comissão de Avaliação Permanente (CPA) da Unesp de aprovar em ritmo acelerado uma nova proposta de avaliação – o documento “Planejamento e Avaliação na Unesp: proposta de redefinição de ponto de partida e de percurso” – está encontrando resistência na comunidade.
Na maioria das manifestações produzidas por departamentos e congregações, há críticas ao modo açodado como ocorre a discussão e o pedido de tempo para o devido debate na comunidade. Também são várias as críticas sobre seu conteúdo.
Neste sentido, um dos trechos do documento divulgado pela Congregação da FFC- Marília, traduz bem a inquietude da comunidade: “Para além desse momento gravíssimo de nossa Universidade, os encaminhamentos da discussão da ‘nova’ proposta de avaliação se revelam um verdadeiro embuste. Ao absorver e reproduzir superficialmente a expressão ‘democracia’, os responsáveis pela ‘nova’ proposta pretendem alcançar um consenso no meio acadêmico, sobretudo entre os docentes. É preciso esclarecer que a ‘nova’ proposta não foi debatida, pois há uma diferença incomensurável entre ‘debater’ e ‘apresentar’.”
A Adunesp divulgou sua posição sobre o assunto, afirmando que é “preocupante como se apresenta o projeto de universidade da atual gestão da reitoria, sem diálogo com a comunidade e suas experiências institucionais, ou com apropriações de fragmentos de discussões que descontextualizam os fatos”.
A manifestação da Adunesp resgata o exaustivo trabalho feito nos dois Fóruns das Grandes Áreas do Conhecimento, realizados pela Unesp em 2011, cujos resultados foram minimamente considerados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) quando discutiu o processo de avaliação docente na gestão anterior.
O documento da Adunesp elenca as seguintes propostas:
- a realização da Assembleia Universitária da UNESP, para construção do PDI.
- a retomada dos encaminhamentos dos Fóruns das Grandes Áreas como parâmetros para discussão da avaliação docente.
- uma posição contrária a esta proposta de departamentalização da avaliação docente.
- a suspensão imediata da planilha atual.
- que os processos de rebaixamento de regime de trabalho até agora aplicados sejam revistos
- a realização de debate público sobre universidade e avaliação.
Debate com presidente da CPA
No dia 6/9, diretores da Adunesp reuniram-se com a presidente da CPA, Maria Encarnação Beltrão Sposito, para tratar de questões relacionadas ao processo de discussão e implantação da proposta de Avaliação docente e institucional consubstanciada no documento “Planejamento e Avaliação na Unesp: proposta de redefinição de ponto de partida e de percurso”. Nesta ocasião foi feita uma exposição das preocupações da Adunesp quanto à natureza desta avaliação, bem como em relação ao ritmo em que estariam ocorrendo as discussões acerca da sua implantação. Ao final da reunião, a presidente da CPA foi convidada para participar de um debate público sobre o assunto, que pudesse ser acompanhado amplamente pela comunidade. O convite foi aceito por ela e a data agendada para o dia 21 de setembro.
Na manhã de segunda-feira, 18/9, a Adunesp entrou em contato com a Profa. Maria Encarnação para confirmar os detalhes do debate do dia 21/9. No final da tarde do mesmo dia, diretores da Adunesp reuniram-se novamente com a presidente da CPA, a seu pedido, quando, então, foram informados de que o vice-reitor, professor Sérgio Nobre, iria cancelar a reunião extraordinária do CEPE prevista para 26/9, que tinha como pauta a proposta de avaliação da CPA– o que de fato ocorreu, como se viu na sequência em comunicado da reitoria, dando conta de que o assunto passaria para a reunião ordinária do CEPE em 10/10. Também foi solicitado à Adunesp que adiasse o debate já marcado para 21/9, e proposta uma nova data, antes da próxima reunião do CEPE, com o que houve concordância. Em breve, data e detalhes do evento serão divulgados.
