Previdência: Rumo à greve geral, Dia de Luta reuniu 70 mil em SP

A Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, concentrou a maior manifestação contra a Reforma da Previdência na sexta-feira, 22 de março, com cerca de 70 mil pessoas. Em todo o país, atos e manifestações foram realizadas no Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, convocado pelas centrais sindicais. As entidades que compõem o Fórum das Seis convocaram suas categorias a se integrarem às atividades em seus municípios. 

As atividades de 22 de março foram consideradas um passo importante rumo à greve geral contra a reforma do governo de Jair Bolsonaro, que tramita na Câmara dos Deputados materializada na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019. Nas falas das lideranças sindicais, de movimentos sociais e partidárias, na Paulista, foi comum a denúncia de que as medidas previstas pela reforma prejudicam diretamente a maioria mais pobre da população.

Um dos principais argumentos utilizados pelo governo para convencer a sociedade e os parlamentares a aprovarem a reforma da Previdência é o de que ela trará uma economia de R$ 1,165 trilhão em 10 anos. No entanto, estudo feito pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), mostra que 75% do valor que Bolsonaro quer economizar (cerca de R$ 715 bilhões) viriam, majoritariamente, do bolso dos brasileiros de baixa renda, como resultado das restrições de acesso à aposentadoria e com a redução dos valores dos benefícios. Outros R$ 182 bilhões viriam das novas regras de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), a partir da redução do valor do benefício de um salário mínimo para R$ 400,00 na faixa etária entre 60 e 70 anos. Pela proposta de Bolsonaro, o BPC de um salário mínimo só seria concedido após os 70 anos. 

A maior parte desses recursos, que seriam verdadeiramente sequestrados da população economicamente mais vulnerável, certamente iriam para o pagamento do serviço da dívida pública, irrigando os já estratosféricos lucros dos bancos, do agronegócio e dos grandes conglomerados comerciais e industriais, com o sacrifício da vida e da dignidade de todos os trabalhadores brasileiros e, mais profundamente, daqueles que já vivem uma condição de miserabilidade extrema. 

Construir a greve geral
A abrangência das manifestações em 22 de março dá um grande passo para a perspectiva de construção da greve geral para barrar a reforma e defender os direitos dos trabalhadores na Previdência! Fique atento às informações divulgadas por sua entidade e participe da luta para que a Previdência social brasileira não seja destruída!