Pronunciamentos da Adunesp na reunião do CO em 21/6/2018

Acompanhe, a seguir, o pronunciamento do presidente da Adunesp, João da Costa Chaves Júnior, e da conselheira Dayse Iara dos Santos, durante reunião do Conselho Universitário (CO) em 21/6/2018:

“Bomdia a todas as pessoas presentes.

Geralmente, em situações críticas como a que atravessamos agora, com as consequências perversas da crise de financiamento por que passam as universidades públicas paulistas, algumas crenças são dissolvidas pela crueza da realidade e pela materialização da natureza das relações explicitadas entre os vários atores desta tragédia anunciada. É a hora em que nossas expectativas se confrontam com a dura realidade dos fatos, momento em que não se pode esquivar das próprias convicções sobre quase tudo porque as ações e atitudes revelam inexoravelmente o que era desconhecido, ou o que se queria ocultar, ou o que esperávamos de pessoas e instituições e não aconteceu como nos fizeram acreditar que pudesse ser, ao contrário dos discursos que, agora sim, escancaram a sua ausência de conteúdo, ou sua função de confundir e fazer-se entender como aquilo que, de fato, não é. Senão, vejamos:

- O Cruesp não se dispõe a negociar os itens da Pauta Unificada do Fórum da Seis. Apenas coloca na mesa suas deliberações, sem chance nenhuma de uma discussão genuína que pudesse avançar na superação da crise de financiamento das universidades, mantendo sua histórica política de arrocho salarial, e sua disposição de financiar o custeio das instituições com o salário dos seus trabalhadores, mantendo sua intransigência histórica;

- Pouco ou nada foi feito pelo Cruesp no que diz respeito ao maior fator de estrangulamento da receita do ICMS destinada às universidades paulistas, que é a insuficiência financeira, a não ser, mais recentemente, e ainda muito pouco. Tanto que o governo do estado continua violando a Lei Complementar 1.010/2007, que estabelece que o estado é o responsável pelo pagamento da insuficiência financeira.

- O reitor da Unesp, embora tivesse a prerrogativa de não o fazer, instituiu um clima de terror na comunidade ao acenar com a ameaça de corte de ponto durante a recente greve dos docentes e servidores técnico-administrativos, utilizando-se de uma justificativa que não se sustenta na deliberação do STF sobre a greve no serviço público. Insisto, podendo não o fazer, optou por tratar a comunidade que dirige, e que o elegeu, intimidando-a com um rigor desnecessário e revelador que, infelizmente, só reafirma o modo como tem tratado os trabalhadores e estudantes da Unesp ao longo desta gestão;

- O exercício do mandato reitoral pressupõe a obrigação de respeitar aos pleitos da comunidade por quem foi eleito para administrá-los, visando a preservação da universidade, e não a submissão ao papel de representar e implementar os interesses políticos do governo estadual no seio da universidade que, neste momento, a colocam numa situação de altíssimo risco.

- Entendendo que os reitores não estão cumprindo o papel que lhes cabe, a comunidade universitária permanece mobilizada para pressioná-los a tomar as atitudes necessárias para a preservação das universidades estaduais paulistas;

- Finalmente, por falar em legalidade, a Unesp não cumpriu a decisão judicial que determinou o pagamento integral do vale alimentação dos professores substitutos no holerite do mês de maio.

Solicito que esse pronunciamento conste na ata desta reunião.


(João da Costa Chaves Júnior, presidente da Adunesp)” 


“Estes últimos meses estivemos em luta pela reposição salarial digna e merecida do servidor da Unesp. No entanto, esta reitoria, de maneira covarde e antes mesmo da mobilização se iniciar, enviou comunicado a fim de ameaçar a justa manifestação dos servidores. Quem diria que uma gestão, que foi proposta em campanha como sendo inovadora, se utilizaria desta antiga ferramenta, que é a ameaça à sobrevivência, para calar a boca dos seus trabalhadores? 

Quem diria que uma proposta de gestão sustentável chegaria ao ponto da insustentabilidade na situação de trabalho, na qual estaríamos financiando com nosso salário esta universidade? 
Quem diria que uma gestão participativa seria assim tão incomunicável e sem consideração com aqueles que fazem a Unesp? 

Quem diria que a atuação do reitor junto ao governo do estado seria de amizade e afinidade para com a destruição da universidade pública estadual paulista?

Por outro lado, nestas últimas semanas temos observado a publicação em DO de contratação de assessores para a reitoria em São Paulo. Pelo menos dois novos assessores foram contratados com nível alto. Como pode isso ser autorizado? Onde está a contenção de gastos? Somente as unidades e os servidores devem pagar o preço da tal crise? E a reitoria? Onde estão a contenção e a transparência nos gastos, questões que vêm sendo colocadas a todo momento pelos conselheiros?

Sobre o PDI, como funcionará a análise das respostas enviadas? Como teremos acesso a estas? Em que momento serão conhecidas as opiniões de quem contribuiu, em que momento serão discutidas as sugestões? Somente veremos o documento elaborado pela comissão?


Dayse Lara dos Santos, conselheira.”